"O Tempo e o Vento" da obra de Érico Veríssimo. Composta
de três romances – "O Continente", "O Retrato" e "O
Arquipélago" –, a obra traz acontecimentos e histórias de dimensões
épicas, que narram 200 anos do processo de formação do estado do Rio Grande do
Sul.
Livro 1: O Continente
Publicados originalmente em 1949,
a saga de "O Tempo e o Vento" começa com os dois volumes de "O
Continente". Esta primeira parte da trilogia narra o nascimento do Estado
do Rio Grande do Sul através das famílias Terra, Cambará e Amaral.
Livro 2: O Retrato
Rodrigo Terra Cambará decide
voltar a sua terra-natal, Santa Fé, após ter ido estudar medicina em Porto
Alegre. Nesse segundo romance da trilogia acompanha-se a decadência social de
Santa Fé na passagem para o século 20 causada por interesses e jogos políticos.
Livro 3: O Arquipélago
Livro 3: O Arquipélago
O terceiro e último romance da
trilogia "O tempo e o vento" narra a volta de Rodrigo Cambará à Santa
Fé depois de passar muitos anos no Rio de Janeiro ao lado do então presidente
Getúlio Vargas, seu amigo e aliado. Assim, o poder da família Terra Cambará,
que era somente local, adquire em "O Arquipélago" um âmbito nacional.
Após o fim do Estado Novo, Rodrigo está derrotado politicamente e doente.
Rodrigo se vê na luta de não morrer na cama, uma vez que “Cambará macho não
morre na cama”.
Sobre Érico Veríssimo: Érico Lopes Veríssimo nasceu em 17 de dezembro de 1905 na cidade de Cruz Alta,
Rio Grande do Sul. Aos 13 anos, Érico já lia autores nacionais e
internacionais. Em 1920 foi estudar em Porto Alegre e dois anos depois seus
pais se separaram. Assim, Érico foi morar com seus irmãos e mãe na casa da avó
materna. Para ajudar nas finanças da família, ele começou a trabalhar como balconista no
armazém de seu tio, até que conseguiu uma vaga no Banco Nacional do Comércio.
Algum tempo depois, mudou-se com sua mãe e irmãos para Porto Alegre. Lá, Érico
adoeceu e perdeu seu emprego no Banco. Por conta dessas dificuldades, a família
resolve voltar para Cruz Alta, onde Érico torna-se sócio de uma farmácia. Ao
lado dessas obrigações, ele dava aulas de inglês e literatura. Em 1929, Érico publica “Chico: um conto de Natal” e outros contos na “Revista
do Globo”, de Porto Alegre. No ano seguinte a farmácia entra em falência e
Érico resolve mudar-se para Porto Alegre. Lá ele conhece diversos escritores
renomados e toma mais contato com as vanguardas literárias do país. No final de
1930 é contratado como secretário de redação da “Revista do Globo”. Em 1931, casa-se com Mafalda Halfen Volpe, com quem teria dois filhos. Durante essa
época trabalha em outros jornais e realiza algumas traduções de obras
estrangeiras. No ano seguinte, é promovido a diretor e passa a atuar também no
Departamento Editorial da Livraria do Globo. Em 1933 publica seu primeiro
romance, "Clarissa". Nessa época, Érico publica também alguns livros
infantis. Em 1938, publica "Olhai os lírios do campo", um de seus
maiores sucessos literários. Em 1941, passa três meses nos Estados Unidos. Dessa sua estadia em terras
norte-americanas, Érico tirou inspiração para escrever "Gato preto em
campo de neve". Motivado por discordâncias políticas frente a ditadura do
governo Vargas, muda-se para os Estados Unidos em 1942, onde leciona Literatura
Brasileira na Universidade da Califórnia. Ao voltar para o Brasil, publicou A
volta do gato preto (1946). Em 1947, Érico Veríssimo começa a escrever a sua
obra-prima, a trilogia "O tempo e o Vento". Dois anos depois, publica
o primeiro volume dessa obra. Em 1953, Érico volta para os Estados Unidos ocupando um caro na Organização dos
Estados Americanos a convite do governo brasileiro. No ano seguinte, ganha o
Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Alguns anos depois vai à
Europa pela primeira vez. Em 1962, publica "O Arquipélago", último volume de sua trilogia
"O tempo e o Vento". Três anos depois, ganha o Prêmio Jabuti pelo
livro "O senhor embaixador". Após esse, Érico publica diversos outros
livros. Em 28 de novembro de 1975, Érico Veríssimo sofre um infarto e falece deixando
inacabados sua autobiografia e um romance.
O filme “O Tempo e o Vento”, de Jayme Monjardim condensa um século e meio de história em duas horas. O foco foi fechado em O
Continente, primeiro capítulo da trilogia. Os homens vão à guerra, e há muitas
na vida dos Terra, Cambará e Amaral. As mulheres "choram, fiam e
esperam", na definição de Ana Terra, interpretada por Cleo Pires, mas sobrevivem para contar a história. Em Erico,
elas são decisivas na formação do Rio Grande do Sul. A roteirista e o diretor
reforçam essa ideia, fazendo de Bibiana, interpretada por Marjorie Estiano quando jovem e
Fernanda Montenegro mais madura, a narradora das
desventuras de sua família. Isso no último dia de sua vida quando capitão Rodrigo Cambará, interpretado por Thiago Lacerda, vem busca-la!
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